Queer Queen

blog de uma sapa fina, uma bolacha luxuosa, uma amapoa do bem, que fala tudo que sente, tudo de bom!

segunda-feira, março 01, 2004

Casal de namorados sofre discriminação em bar paulistano (27/2/2004)

A Lei 10.948, que proíbe discriminação por orientação sexual no
Estado de São Paulo, está em vigor há mais de dois anos e parece que
pouca gente acredita que ela funcione mesmo, como o gerente do bar
paulistano Opção (!), ao lado do MASP, e até mesmo os responsáveis
por fazê-la ser cumprida em primeira instância: a policia.

Um caso insólito, ocorrido com um casal de namorados na noite da
última quarta-feira dia 18, ilustra bem o fato. Segundo Vítor M., uma
das vítimas, ele e seu namorado Bruno estavam no bar Opção com um
grupo de amigos quando foram abordados por um segurança da casa, que
pediu para que se retirassem. O motivo? "Porque eu estava abraçado
com meu namorado, assim como minha amiga estava abraçada com o
namorado dela...", declara Vitor.

Inconformados, chamaram o gerente, mas este só ratificou o que o
segurança já tinha argumentado, que ali não era um lugar próprio
para "aquele tipo de pessoa", não era um "lugar de gays".

O casal e o grupo de amigos então resolveram deixar o local e se
dirigiram ao Posto Policial na esquina da Avenida Paulista com a Rua
Augusta, em busca de "algum apoio policial". Mas no local, Vitor
relata que foram atendidos pelo Sargento Custódio, da Polícia
Militar, que lhes disse que "a atitude do gerente era normal" e que
eles deviam ir aos bares da Rua da Consolação (point gay paulistano)
em lugar de outros... E, ainda, teria os desencorajado a procurar uma
delegacia de polícia, pois "não tinham razão"!

Ignorando o "conselho" do policial, se dirigiram à 4ª Delegacia de
Polícia, onde foram atendidos pela Delegada Gisele B. Tobias, fizeram
o BO (Boletim de Ocorrência nº 1222/2004) e foram aconselhados pela
delegada a procurar seus direitos.

O caso caminhou de tal forma que agora só restou ao casal procurar
grupos ativistas de direitos homossexuais em busca de apoio. O
Coletivo de Feministas Lésbicas, o Instituto Edson Néris e Grupo
Identidade de Campinas já estudam que ações de repúdio tomar.